ZAP, Slam, Spoken word...o quê?
Acontece nessa quinta-feira, dia 11 de junho, a 3a. edição desse ano da ZAP! Zona Autônoma da Palavra, a versão brasileira do Poetry Slam, batalha de poesia que nasceu em Chicago em 1986, virou sucesso de público (e nem tanto de crítica) e resgata a poesia declamada ao mesmo tempo que valoriza a arte do Spoken Word, a performance da palavra no palco.
A ZAP! teve sua primeira edição no fim do ano passado e é uma iniciativa do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, um pequeno espaço de grandes idéias escondido na Pompéia e criado pela Cooperativa Paulista de Teatro há 10 anos. O foco do Núcleo é pesquisar o diálogo entre o teatro e a cultura hip-hop, e realizar intervenções e espetáculos que procuram trabalhar as intesecções possíveis entre esses dois universos, como o caso da "pequena ópera-rap" Cindi Hip Hop. Nada mais natural que num espaço onde hip-hop e teatro se encontram a gente encontre o poetry slam finalmente acontecendo aqui no Brasil.
ZAAAAAAAAAP!
É assim que a MC do evento, a atriz e performer Roberta Estrela D'Alva, abre a competição da noite. Afinal, a ZAP! é mesmo uma "rinha de poesia", uma batalha onde todo mundo sai ganhando. A idéia é simples: qualquer pessoa presente pode se inscrever e ler seu poema. Um júri é formado na hora também entre os presentes. E tudo isso orquestrado pela MC e pelo respeito às 3 regras básicas de um slam:
1. Pode ser lido 1 poema (ou prosa) por vez, devendo ser de autoria do poeta.
2. Sem acessórios, sem figurino, sem acompanhamento musical. É o poeta sozinho com a leitura do seu poema. O único item permitido em cima do palco, além do poeta e do microfone, é o papel para o poema ser lido.
3. A leitura do poema deve durar no máximo 3 minutos, mais um bônus de dez segundos. Sem choro. O poema perderá pontos caso não se respeite esse timing.
As demais regras são:
- O júri será formado por cinco pessoas, sorteadas ou escolhidas pelo apresentador entre o público, deverá atribuir uma nota a cada poema numa escala de 0.0 a 10.0, podendo haver notas quebradas (por ex:7,8 ou 9,6....)
- A nota mais alta e a mais baixa são retiradas. Um assistente faz as "médias" e marca em um quadro onde todos possam ver.
- O júri é soberano e não pode se deixar influenciar nem pelo apresentador, nem pelo público, nem pelos poetas.
- todos os poetas inscritos participam da primeira rodada. As melhores notas participam da segunda rodada, e assim por diante, até a terceira e última rodada.
O prêmio? Livros, livros, livros!
Na ZAP! o vencedor da noite ganha livros, no plural mesmo, geralmente um pilha de livros pequena o suficiente para se levar pra casa no colo, grande o bastante pra fazer a alegria do poeta da noite.
Mas alegria mesmo é fazer poesia assim. A idéia principal é permitir que no espaço-tempo do slam todo mundo possa ser poeta, e a batalha é menos uma competição em si, e mais uma oportunidade se realizar uma show de poesia e coletividade. No final das contas, é um espetáculo que se constrói em conjunto e na diversidade e uma festa da poesia aut/oral, cujo objetivo maior é celebrar a palavra falada.
Programação da ZAP! 11/06/2009
19h – Exibição de Filmes
20h - Microfone Aberto - É o aquecimento pré-batalha, um sarau hours-concours, para quem quiser falar sua poesia independente de participar ou não da competição.
21h- ZAAAAAAAAAAP!
Começa a batalha de poesia, que terá 3 rodadas.
Toda 2a. quinta-feira, a partir das 19h
Entrada Gratuita
Capacidade da sala: 100 pessoas
Classificação: Livre
Local : Núcleo Bartolomeu de Depoimentos
Endereço : Rua Dr. Augusto de Miranda, 786
Pompéia – São Paulo – SP